domingo, 4 de julho de 2010

Céu nublado

Meus sonhos vazios, incompletos, sem seus lábios.
Que como os meus rachados, de rancor e tristesa.
Meus olhos lacrimejam lágrimas que não podem derramar.
Minha boca sussurra palavras que ninguém pode ouvir.
O passado tão presente. Essas visões tão reais.
Essa noite que nao vira dia, de uma manhã que não tem sol.
O inverno petulante, insiste. Bate cada ventania com o ódio dos dias adormecidos.
E eu sinto sua falta. A cada mísero minuto do dia.
A falta das suas mãos me afagando, me moldando à seu querer.
Seus dedos me percorrendo, me tocando, fazendo sonar a música que tanto presei dentro de mim.
Cada abraço, uma força intensa, um sentimento que afasta as distâncias.
E eu tão perto, como nunca estive; sentindo a sua respiração, embaralhar-se na minha.
De forma inconciente, me transporto a outros patamares.
Os ruins não tocam minha aura limpida.
Mas das despedidas, a parte do meu coração que levas junto; imponderável, uma parte de mim que falta. Causa falha das minhas reações.
Que sentir penoso, a dor dessa separação.
A dor dos seus ultimos beijos por longa data.
Minhas pernas fraquejam, falta o seu apoio.
Sobretudo pra limpar o meu corpo agourado das sandices terrenas.
E seus lábios que faltam para amparar os meus, sedentos do teu veneno, da tua droga, que invade a minha boca junto com sua lingua de valor entorpecente.
Essa sensação minha e sua e de ninguém mais.
Esse desejo de te dragar para dentro dos meus olhos.
Essa vontade de te manter tão meu quanto possível.
Tão pra mim quanto eu puder.
Sem vergonha ou pudores.
Sem ninguém. Só eu e você. Aninhados num enlace único.
Numa sensação magnífica que os verbos clichês não regem.
Que por tanto tempo torturei e que não mais posso perder.
Aquelas coisas que palavras não dizem.
Que os olhos não veem.
E o corpo não dança.
Me busque desses sentimentos tristes, dessa dor que me afunda. Desse rancor que me naufraga nos tristes versos de uma poesia que só existe nas minhas mãos.
Me leve ao sol, me mate dos sentimentos rudes.
Me leve pelos dias, me dê o direito de rir.
Me ame, me deixe ama-lo, deseja-lo a cada sol, a cada chuva.
Vamos viver os nossos dias.
Dormir nossas noites de baixo dos cobertores, entre as paredes que construimos. Num mundo só nosso.
Num dia só nosso.
Das 24 horas mal projetadas. As minhas, suas. As suas, minhas.
Vamos de mãos dadas, se você quiser.
Vamos de lábios colados, se não te incomodar.
Mas, vamos, daqui! Das angústias que a terra me implanta.
Das dores que a carne me impões.
Vamos seguir as vozes que cantarolam nossos corações.
Vamos em frente, de queixos erguidos, de olhos atentos, em busca do futuro.
Do nosso futuro.

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