Pintei as unhas de azul.
Embora tenha escutado dizer que era uma mania demasiadamente infantil, pintei as unhas de azul.
Um azul cor de céu.
Me lembra os dias de praça, a infância.
Me lembra acordar cedo, e brincar no balanço.
Me lembra os pássaros cantando, encarcerados na pequena gaiola, que sob as árvores repousavam.
Me lembra o seu sorriso, as suas mãos, empurrando o balanço pra cima e pra baixo.
Me lembra o fundo do seu relógio, que herdei tão singelamente.
Me lembrou a noite.
As estrelas.
As nuvens.
O céu.
As palavras.
Que não disse.
E repeti, quando não mais me ouvia.
E a areia.
O verão.
As férias.
Os dez anos.
O porquinho da índia.
E, tudo isso, porque as minhas unhas, agora são azuis.
E tudo isso, porque o céu reflete o mar, e o mar reflete o céu, e por isso são azuis.
E tudo isso, porque as nuvens de algodão doce, enfeitam o céu azul, de lua cheia, que faz o dia tão bonito.
E por isso, eu aconselho a todos, pintarem suas unhas de azul;
se o singelo ato, os fizerdes lembrar de tempos outros, que a felicidade era mais simples.
E se essa lembrança, puder afastar um pouco, aquela saudade que com tanto afinco bate no peito, então é válido, a compra de qualquer esmalte que colorisse as unhas da cor da infância.
domingo, 25 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
Céu nublado
Meus sonhos vazios, incompletos, sem seus lábios.
Que como os meus rachados, de rancor e tristesa.
Meus olhos lacrimejam lágrimas que não podem derramar.
Minha boca sussurra palavras que ninguém pode ouvir.
O passado tão presente. Essas visões tão reais.
Essa noite que nao vira dia, de uma manhã que não tem sol.
O inverno petulante, insiste. Bate cada ventania com o ódio dos dias adormecidos.
E eu sinto sua falta. A cada mísero minuto do dia.
A falta das suas mãos me afagando, me moldando à seu querer.
Seus dedos me percorrendo, me tocando, fazendo sonar a música que tanto presei dentro de mim.
Cada abraço, uma força intensa, um sentimento que afasta as distâncias.
E eu tão perto, como nunca estive; sentindo a sua respiração, embaralhar-se na minha.
De forma inconciente, me transporto a outros patamares.
Os ruins não tocam minha aura limpida.
Mas das despedidas, a parte do meu coração que levas junto; imponderável, uma parte de mim que falta. Causa falha das minhas reações.
Que sentir penoso, a dor dessa separação.
A dor dos seus ultimos beijos por longa data.
Minhas pernas fraquejam, falta o seu apoio.
Sobretudo pra limpar o meu corpo agourado das sandices terrenas.
E seus lábios que faltam para amparar os meus, sedentos do teu veneno, da tua droga, que invade a minha boca junto com sua lingua de valor entorpecente.
Essa sensação minha e sua e de ninguém mais.
Esse desejo de te dragar para dentro dos meus olhos.
Essa vontade de te manter tão meu quanto possível.
Tão pra mim quanto eu puder.
Sem vergonha ou pudores.
Sem ninguém. Só eu e você. Aninhados num enlace único.
Numa sensação magnífica que os verbos clichês não regem.
Que por tanto tempo torturei e que não mais posso perder.
Aquelas coisas que palavras não dizem.
Que os olhos não veem.
E o corpo não dança.
Me busque desses sentimentos tristes, dessa dor que me afunda. Desse rancor que me naufraga nos tristes versos de uma poesia que só existe nas minhas mãos.
Me leve ao sol, me mate dos sentimentos rudes.
Me leve pelos dias, me dê o direito de rir.
Me ame, me deixe ama-lo, deseja-lo a cada sol, a cada chuva.
Vamos viver os nossos dias.
Dormir nossas noites de baixo dos cobertores, entre as paredes que construimos. Num mundo só nosso.
Num dia só nosso.
Das 24 horas mal projetadas. As minhas, suas. As suas, minhas.
Vamos de mãos dadas, se você quiser.
Vamos de lábios colados, se não te incomodar.
Mas, vamos, daqui! Das angústias que a terra me implanta.
Das dores que a carne me impões.
Vamos seguir as vozes que cantarolam nossos corações.
Vamos em frente, de queixos erguidos, de olhos atentos, em busca do futuro.
Do nosso futuro.
Que como os meus rachados, de rancor e tristesa.
Meus olhos lacrimejam lágrimas que não podem derramar.
Minha boca sussurra palavras que ninguém pode ouvir.
O passado tão presente. Essas visões tão reais.
Essa noite que nao vira dia, de uma manhã que não tem sol.
O inverno petulante, insiste. Bate cada ventania com o ódio dos dias adormecidos.
E eu sinto sua falta. A cada mísero minuto do dia.
A falta das suas mãos me afagando, me moldando à seu querer.
Seus dedos me percorrendo, me tocando, fazendo sonar a música que tanto presei dentro de mim.
Cada abraço, uma força intensa, um sentimento que afasta as distâncias.
E eu tão perto, como nunca estive; sentindo a sua respiração, embaralhar-se na minha.
De forma inconciente, me transporto a outros patamares.
Os ruins não tocam minha aura limpida.
Mas das despedidas, a parte do meu coração que levas junto; imponderável, uma parte de mim que falta. Causa falha das minhas reações.
Que sentir penoso, a dor dessa separação.
A dor dos seus ultimos beijos por longa data.
Minhas pernas fraquejam, falta o seu apoio.
Sobretudo pra limpar o meu corpo agourado das sandices terrenas.
E seus lábios que faltam para amparar os meus, sedentos do teu veneno, da tua droga, que invade a minha boca junto com sua lingua de valor entorpecente.
Essa sensação minha e sua e de ninguém mais.
Esse desejo de te dragar para dentro dos meus olhos.
Essa vontade de te manter tão meu quanto possível.
Tão pra mim quanto eu puder.
Sem vergonha ou pudores.
Sem ninguém. Só eu e você. Aninhados num enlace único.
Numa sensação magnífica que os verbos clichês não regem.
Que por tanto tempo torturei e que não mais posso perder.
Aquelas coisas que palavras não dizem.
Que os olhos não veem.
E o corpo não dança.
Me busque desses sentimentos tristes, dessa dor que me afunda. Desse rancor que me naufraga nos tristes versos de uma poesia que só existe nas minhas mãos.
Me leve ao sol, me mate dos sentimentos rudes.
Me leve pelos dias, me dê o direito de rir.
Me ame, me deixe ama-lo, deseja-lo a cada sol, a cada chuva.
Vamos viver os nossos dias.
Dormir nossas noites de baixo dos cobertores, entre as paredes que construimos. Num mundo só nosso.
Num dia só nosso.
Das 24 horas mal projetadas. As minhas, suas. As suas, minhas.
Vamos de mãos dadas, se você quiser.
Vamos de lábios colados, se não te incomodar.
Mas, vamos, daqui! Das angústias que a terra me implanta.
Das dores que a carne me impões.
Vamos seguir as vozes que cantarolam nossos corações.
Vamos em frente, de queixos erguidos, de olhos atentos, em busca do futuro.
Do nosso futuro.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Voz, corpo e alma.
E como dizer, o que palavras que ainda não inventaram?
Como cantar o amor de Madalena, se ainda não o declamaram?
E se eu chorar melodias coreografadas e ninguém me entender?
Meus braços escapam do ar, nadam no vácuo, balançam misericordiosos, enquanto a música insiste em tocar, nua, a minha alma.
Minhas pernas tão bambas em si, se tornam precisas, tornando os meus movimentos certos, centrados e equilibrados.
E eu digo, sem mecher meus lábios, sem abrir os olhos, tudo aquilo que me engole, me mastiga e me cospe.
E eu caio, desliso, rolo, me arrasto...
Beijo o chão certeiro, que me prende, que não me deixa voar.
E levando, nos joelhos bambos, a saculejar conforme a milonga triste canta ao fundo.
O meu pulso, pulsa.
Simbolisa cada batimento do meu coração fracassado, entristecido, em busca do calor, da vontade que a vida deveria enxertar em mim.
Meus olhos, meu olhar, minha face, minhas roupas...
Cada parte de mim, concentrada em fazer meu corpo colaborar comigo.
Meus braços sustentam o meu corpo, enquanto minhas pernas deslisam no chão.
Um violino chora novamente.
Minhas costas no chão, meu quadril impulcionando o ar.
Meu ventre, minha dança, meu ballet.
Todo o meu corpo, colaborando com a música, pra dizer, que sente sua falta.
Minha cintura procurando as suas mãos.
Meu pescoço catando seus lábios.
E eu expresso isso, na minha arte, na minha lingua, no meu corpo.
A minha dança, existe pra falar.
Como cantar o amor de Madalena, se ainda não o declamaram?
E se eu chorar melodias coreografadas e ninguém me entender?
Meus braços escapam do ar, nadam no vácuo, balançam misericordiosos, enquanto a música insiste em tocar, nua, a minha alma.
Minhas pernas tão bambas em si, se tornam precisas, tornando os meus movimentos certos, centrados e equilibrados.
E eu digo, sem mecher meus lábios, sem abrir os olhos, tudo aquilo que me engole, me mastiga e me cospe.
E eu caio, desliso, rolo, me arrasto...
Beijo o chão certeiro, que me prende, que não me deixa voar.
E levando, nos joelhos bambos, a saculejar conforme a milonga triste canta ao fundo.
O meu pulso, pulsa.
Simbolisa cada batimento do meu coração fracassado, entristecido, em busca do calor, da vontade que a vida deveria enxertar em mim.
Meus olhos, meu olhar, minha face, minhas roupas...
Cada parte de mim, concentrada em fazer meu corpo colaborar comigo.
Meus braços sustentam o meu corpo, enquanto minhas pernas deslisam no chão.
Um violino chora novamente.
Minhas costas no chão, meu quadril impulcionando o ar.
Meu ventre, minha dança, meu ballet.
Todo o meu corpo, colaborando com a música, pra dizer, que sente sua falta.
Minha cintura procurando as suas mãos.
Meu pescoço catando seus lábios.
E eu expresso isso, na minha arte, na minha lingua, no meu corpo.
A minha dança, existe pra falar.
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